Prefeitura de São Paulo

A ouvidora Marília Aparecida Amaral Galindo, 65, diz que o trabalho na ouvidoria a escolheu. É assim que ela define o amor e a dedicação cotidianos pelo que faz no Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya (HMARS), no Jabaquara, zona sul da capital, onde ouve pacientes, familiares, comunidade, desde 2019. Assistente social de formação, Marília nasceu no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo, e hoje mora no bairro Tatuapé, na mesma região.

Na Prefeitura de São Paulo há 26 anos, começou na ouvidoria da então Autarquia Hospitalar Municipal (AHM), em 2004. Por 15 anos o Hospital Municipal Prof. Alípio Correa Netto foi seu local de trabalho, até ir para a zona sul, no Saboya. “Abracei essa tarefa e me apaixonei pela oportunidade de desenvolver esse trabalho extremamente gratificante. Fiz diversos cursos em ouvidoria, mediação de conflitos e tenho formação pela Associação Brasileira de Ouvidores (ABO)”, conta.

Segundo Marília, a ouvidoria do HMARS se destaca pelo atendimento presencial, na entrada do hospital, o que facilita o acesso e o acolhimento do público. “Priorizamos esse tipo de atendimento, pois ele permite a coleta de informações precisas e uma compreensão maior das necessidades dos manifestantes”, explica. 

A rotina é bastante agitada nesse hospital, segundo a ouvidora, especialmente por se tratar de uma unidade referenciada, caracterizada pelos atendimentos de urgência e emergência. As demandas exigem da ouvidoria um atendimento acolhedor, já que os manifestantes estão, em grande parte, vivenciando algum estresse ou situação geradores de angústia e ansiedade. E nesse contexto, o atendimento humanizado da ouvidoria no Hospital Saboya é muito elogiado, tanto que recebeu o selo do Programa “Gente que faz o SUS”, reconhecimento periódico da Saúde aos profissionais que recebem elogios pelos canais da rede de ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS). Para Marília, o programa alavancou e fortaleceu as relações entre o público e as equipes de atendimento das unidades da rede municipal de saúde.

“O certificado, acompanhado da carta de elogio assinada pela Diretoria Técnica
e pela chefia imediata na unidade, representa o reconhecimento à dedicação dos nossos colaboradores. Esse gesto é ainda mais significativo porque as cartas de elogio são destinadas nominalmente aos servidores e inseridas em seus prontuários funcionais. Admiro ver as salas dos setores repletas de certificados. Não sei dizer quantos recebemos, mas foram mais de 50”, comemora.

Momentos mais desafiadores
Um dos momentos mais marcantes da vida profissional de Marília Galindo foi durante a pandemia de Covid-19. Por ter sido um dos hospitais de referência para a doença na época, a ouvidoria do HMARS foi mantida presencialmente, com todas as medidas de segurança, mas sem sala, pois o pronto-socorro estava isolado. “Trabalhávamos onde conseguíamos. Lidar com aquela situação foi o momento mais difícil que passei, os familiares que não podiam ver seus entes queridos devido ao isolamento”, recorda. Para ela, a vida é movimento, e a ouvidoria acompanha essas transformações, um serviço em constante melhoria da escuta e resolução. Um desafio e tanto, pois a saúde é sempre um tema sensível, lida diretamente com a vida das pessoas.

Q+
Marília é viúva, tem um filho e dois netos. Nas folgas, ouve rock – especialmente Janis Joplin, a quem chama de deusa –, curte momentos com a família, faz artesanato e aprecia a companhia de Juliana, neta com quem tem grande afinidade. “Queria muito uma filha, mas Deus mandou uma neta parecida comigo.” Ouvidora e artista, pinta, costura, faz crochê, tricô e vitrais em macramê, artes que aprendeu no Sesi da Penha e que hoje ela vende ou presenteia.

GENTE.DOC
O boletim Saúde Mais Perto/Gente tem uma versão em vídeo publicada no canal da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no YouTube. Para conhecer mais sobre os protagonistas dessas histórias inspiradoras no SUS da cidade de São Paulo, assista: