Prefeitura de São Paulo

A Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa) promoveu, na quinta-feira (30), a atualização “A febre amarela em foco: prevenção, diagnóstico e manejo clínico”, voltada a profissionais da vigilância epidemiológica e da assistência, no auditório da Universidade Nove de Julho (Uninove), Campus Vergueiro.

Com a aproximação do período sazonal que favorece o aumento da transmissão das arboviroses, a Saúde reuniu especialistas para atualizar informações sobre manejo da febre amarela e preparar as equipes para a sazonalidade da doença. Segundo dados da Covisa, as formas leves da doença representam cerca de 40% a 60% dos casos, enquanto as graves variam entre 20% e 40%, com letalidade de 20% a 50%.

Na abertura do evento, a secretária-executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde (Seabevs), Sandra Sabino, destacou o compromisso do município com a promoção da saúde, o fortalecimento da rede de atenção e a proteção da população contra doenças evitáveis. “O fato de a doença não estar implantada é fruto do nosso trabalho. Temos melhorado muito os nossos indicadores”, afirmou.

Durante a programação, especialistas apresentaram atualizações sobre o cenário epidemiológico, protocolos clínicos, controle do vetor e a importância da vacinação como principal forma de prevenção, além de experiências bem-sucedidas em vigilância e manejo clínico. “O encontro também buscou integrar profissionais das redes pública e privada e estimular o compartilhamento de informações para o diagnóstico precoce, manejo adequado dos pacientes e a contenção da transmissão”, reforçou a diretora da Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE), Juliana Almeida Nunes.

A atualização serviu para alinhar os protocolos técnicos e fortalecer as ações integradas da Vigilância em Saúde, com ênfase para a importância da prevenção e a mitigação de danos em casos confirmados. “Nosso pilar é a prevenção, e a vacinação é essencial para prevenir a doença no paciente. Essa atualização ocorre em momento oportuno devido à sazonalidade da febre amarela”, observou a coordenadora da Covisa, Mariana Araújo.

Sobre a doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril, imunoprevenível e de evolução abrupta, com alta letalidade em suas formas mais graves. No município de São Paulo, as áreas verdes, fragmentos de mata e parques urbanos formam corredores ecológicos que favorecem o deslocamento de vetores e primatas, o que aumenta o risco de circulação viral.

Existem dois ciclos de transmissão: o silvestre, no qual o vírus é mantido na natureza por mosquitos Haemagogus e Sabethes, vetores que atuam entre primatas não humanos (PNH), e o urbano, em que o ser humano se torna o principal hospedeiro e fonte de infecção para o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela. No Brasil, desde 1942, todos os casos registrados pertencem ao ciclo silvestre, sem ocorrência de transmissão urbana.

A vigilância ativa de casos humanos e surtos da doença em primatas, aliada à manutenção de altas coberturas vacinais, é essencial para prevenir a reintrodução da doença. Segundo a diretora da DVE, o evento reforçou a importância da atualização técnica dos profissionais sobre medidas de controle e prevenção para o reconhecimento precoce de casos suspeitos.