Secretaria Municipal da Saúde
SUS 35 anos: Prefeitura de São Paulo apresenta os resultados das inovações tecnológicas em saúde

Paciente passa por teleconsulta em Consultório Digital de UBS da capital (Acervo/SMS)
Cacilda Pereira Luciano, 55, convivia com a perda parcial da visão em um olho quando, em 2019, começou a enxergar cada vez menos do outro. Depois de consultar diversos especialistas na rede privada sem obter respostas, foi no SUS da capital que recebeu, enfim, o diagnóstico correto: uma infecção intraocular. O avanço da doença desencadeou depressão e síndrome do pânico, tornando difícil sair de casa e se adaptar ao uso da bengala. Desde março, Cacilda é acompanhada por uma psiquiatra na Unidade Básica de Saúde Burgo Paulista, na zona leste, por meio do consultório digital da unidade.
“No começo, eu fiquei um pouco desconfiada com a consulta online, mas me surpreendi com o atendimento. Além de ter recebido a ajuda dos profissionais da UBS para acessar a plataforma, a especialista foi muito humana e me ajudou a entender esse processo de luto, com a perda da visão; hoje, estou medicada e me sinto mais confiante para retomar minha vida com mais autonomia”.
Além de evitar o deslocamento até outro equipamento, a vendedora afirma que a tecnologia é boa na medida em que agiliza a consulta com o especialista. “A qualidade do atendimento é a mesma de uma consulta presencial, com a diferença que eu tenho a comodidade de ser atendida num lugar só”.
A experiência de Cacilda exemplifica a revolução digital pela qual passa a saúde municipal e o impacto na vida dos paulistanos. A telemedicina, além de reduzir deslocamentos a outros equipamentos, amplia o acesso aos serviços de saúde, agilizando as consultas com especialidades e aumenta a resolutividade em pacientes de baixa complexidade. Segundo o coordenador-geral da Unidade de Coordenação de Projeto (UCP) da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Marcelo Itiro Takano, “A telemedicina deve ser vista como um commodity: um serviço essencial que agrega valor ao SUS da cidade de SP, amplia a oferta, melhora o acesso e aprimora a qualidade do atendimento”.
Gerenciada e desenvolvida com a participação do Departamento de Tecnologia da Informação e Comunicação (Dtic) e implantada durante a pandemia de Covid-19, ela ganhou impulso a partir de 2023 e hoje acontece em várias modalidades, como teleconsulta no consultório digital instalado na UBS, teleinterconsulta, durante a consulta com o clínico geral e este interage com um especialista para discutir o caso do paciente, ou mesmo por meio do Pronto Saúde Digital, recurso disponível no aplicativo e-saúdeSP. Com 2.267.908 atendimentos na plataforma e 1.005.549 teleatendimentos, a ferramenta reúne o histórico de atendimentos realizados na rede municipal, incluindo exames, unidades de saúde frequentadas, tratamentos prescritos.
No consultório digital, o atendimento virtual acontece dentro da UBS, e a consulta pode ser em clínica médica ou em especialidades como psiquiatria, dermatologia, cardiologia ou neurologia, já disponíveis em 170 UBSs e em processo de expansão. Segundo o diretor do Dtic, Felipe Soares Neves, “a tecnologia tem sido uma aliada fundamental na ampliação do acesso à saúde. Estamos usando inovação para garantir que mais pessoas recebam atendimento qualificado, com mais agilidade e integração das informações”.
Takano utiliza o termo “figital” para designar o modelo híbrido para o qual a assistência em saúde caminha na cidade de São Paulo, uma combinação do atendimento físico com o digital, garantindo mais eficiência na atenção básica e protagonismo ao médico no uso de dados clínicos para prevenção e cuidado. “A teleassistência é um complemento ao atendimento presencial, engajando o paciente nos equipamentos do território, além de ajudar os profissionais de saúde na tomada de decisões, fazendo o uso racional dos dados usando o maior repositório de dados do mundo”, afirma.
Veja alguns números da teleassistência no SUS em São Paulo:
* 2,26 milhões de atendimentos realizados, com 19,6 mil profissionais cadastrados;
* 35 mil consultas híbridas mensais em consultórios digitais;
* 11 mil atendimentos mensais no Pronto Saúde Digital;
* 5.500 interações/mês no Mãe Paulistana Digital, funcionalidade do e-saúdeSP.
Prontuário eletrônico em 100% das UBSs
A transformação digital da saúde paulistana ganhou força em 2020, no período da pandemia, com financiamento de US$ 100 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartida da Prefeitura.
Além da teleassistência, 100% das UBSs já contam com o Visualizador Clínico, que permite o acesso instantâneo dos profissionais de saúde aos prontuários eletrônicos dos pacientes, representando um subsídio importante à prática clínica e assistencial, seja no atendimento presencial ou remoto, além de permitir o acesso nos vários equipamentos pelos quais o paciente passa.
A digitalização também trouxe eficiência administrativa: a implantação do prontuário eletrônico em 100% das unidades reduziu em 25% os gargalos administrativos, e o uso de ciência de dados passou a apoiar a gestão de linhas de cuidado, como diabetes e saúde materna. Segundo Takano, “ao implantar soluções digitais, os pacientes experimentam agilidade no atendimento e maior satisfação, o que constitui um sistema de saúde mais eficiente e melhores resultados para todas as partes”.
Já o aplicativo e-saúdeSP é a ferramenta que integra o cidadão à Saúde da capital, colocando na palma da mão múltiplos serviços. O app conta hoje com 4,5 milhões de usuários cadastrados e mais de 17 milhões de acesso, apresentando vários serviços registrados em suas várias funcionalidades, que vão da consulta da disponibilidade de medicamentos nas farmácias da rede (Remédio na Hora) ao registro de vacinação, do agendamento de consultas (Agenda Fácil) à localização de todos os equipamentos da rede municipal de saúde (Busca Saúde).
A plataforma conta ainda com a assistente digital Lívia e recursos de autocuidado, como o Modera SP (para identificar o uso abusivo de álcool) e o SPrEP, que oferece consultas online diárias para profilaxia de HIV, com receita digital e dispensação inclusive em máquinas no Metrô.
Para baixar o aplicativo, basta acessar a loja virtual do seu sistema operacional (Android ou iOS) e buscar por “e-saúdeSP”. O uso requer um breve cadastro com informações como CPF, data de nascimento, nome completo, e-mail e telefone. Depois, é só fazer o login para acessar os serviços. O e-saúdeSP também está disponível na versão web.
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